segunda-feira, dezembro 24, 2007

Portugal em 2007

Balanço de final de ano:

O que se pode dizer de um país onde "obrar" é sinónimo de "cagar"?

sábado, dezembro 08, 2007


Karlheinz Stockhausen
(1928-2007)

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Filosofia barata (5)

O pior que pode acontecer a um sonhador é ver os seus sonhos concretizados.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Está assim a nossa relação

Querido diário...

Dia 1:
Hoje sinto-me uma caderneta: só cromos à minha volta

Dia 2:
Hoje sinto-me uma merda: só moscas à minha volta

quarta-feira, novembro 28, 2007

Filosofia barata (4)

Não há nada pior do que a verdade quando utilizada como uma arma

domingo, novembro 25, 2007

Uma questão de desportivismo

Um dos maiores males do ser humano: ver um adversário como um inimigo.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Senhor professor...

...mentalize-se disto: a sua função já não é ensinar, mas sim contribuir para as estatísticas.

sábado, novembro 10, 2007

Se o amor é um jogo, eu passei a vida a fazer bluff.

Filosofia barata (3)

Não sei que é o autor:

"Uns têm carências afectivas, outros têm falta de carências afectivas."

domingo, outubro 28, 2007

Perdi-a, sem a ter tido

sexta-feira, outubro 05, 2007

quinta-feira, outubro 04, 2007

Violent Revolution

Society failed to tolerate me
And I have failed to tolerate society


"Violent Revolution"
Mille Petrozza, KREATOR

quinta-feira, setembro 13, 2007

Filosofia barata 2 (homens e burros)

Há dois tipos de homem neste mundo: os que fazem o seu trajecto em cima de um burro e os que fazem esse trajecto debaixo dos primeiros.

No jogo e no amor

No jogo, nunca ousou arriscar o suficiente e, assim, nunca perdeu muito e em nenhuma vez ganhou alguma coisa; geralmente ficava de fora como um observador que desconheceu sempre a sua sorte.
Também no amor foi sempre demasiado prudente; era uma espécie de cabide, que acabava sempre por ficar a segurar nos casacos, à espera que o beijo acabasse.
O momento afectivo mais marcante da sua existência: um beijo de uma prostituta na sua face. Não o sentiu menos sincero do que outros beijos.
Há quem transforme em ouro tudo aquilo em que toca.
Há quem queime tudo aquilo em que toca.
Há quem nunca tenha tocado em nada.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Tirado daqui

O argumentista lembra-me um rapaz que tenta seduzir uma rapariga. Telefona-lhe, convida-a para sair com ele, é muito tímido, vão ao cinema, depois vão tomar um copo, ele convida-a para ir a casa dele, quando chegam ele põe música, serve conhaque, diminui um pouco a luz. A rapariga sente-se bem, começa a deixar-se ir. O argumentista acaricia-a um pouco, desabotoa os primeiros botões da sua camisa... Nesse momento, o realizador chega, dá a mão à rapariga e leva-a para o quarto para terminar o trabalho.

Andrei Konchalovsky, realizador russo, no livro Les Leçons de Cinema, Festival de Cannes, Éditions du Panamá, 2007

Necessidades residuais 2

Ela volta de vez em quando, sempre que tem necessidades residuais de carácter afectivo. E eu cedo sempre e aceito ser um resíduo emocional.

Necessidades residuais

Hoje apresentei-me ao serviço para preencher “necessidades residuais”. Sinto-me um resíduo profissional.

sexta-feira, julho 27, 2007

KRAGLER: Anna! Anna! Que faço eu? Passo, em vertigem, por sobre um mar de cadáveres e não me afogo. Rodo a caminho do Sul em carros negros cheios de gado e fico incólume. Ardo numa fornalha de chamas e sou eu próprio a chama mais intensa. Alguém enlouquece sob o ardor do sol e não sou eu. Dois homens tombam num valado de água e eu continuo a dormir. Abato pretos. Como erva. Sou um fantasma.

"TAMBORES NA NOITE", Bertolt Brecht

terça-feira, julho 24, 2007

Filosofia barata

Quando exiges a um homem que fale, tornas-te responsável pelo que ele disser.

segunda-feira, julho 23, 2007

Urgências 2007 - O que é que tens de urgente para me dizer?


Um espectáculo aconselhado a toda a gente. Aproveitem, no Teatro Maria Matos até dia 29 deste mês.

Ver mais aqui.

sábado, julho 07, 2007

Plano de Acção para a Matemática

Congratulations, your dead body is worth $4775!
Doesn't that make you feel great?

$4775.00The Cadaver Calculator - Find out how much your body is worth

Mingle2 - Online Dating

terça-feira, junho 26, 2007

A angústia poiética

Sento-me. No local de sempre, à hora do costume. À espera. Enfrento a folha branca, à espera da Ideia. A primeira Ideia. A Ideia original, matéria de que germinará a nova obra. Essa obra que breve deverá preencher a folha ainda vazia.

Mas o tempo passa e ela tarda em aparecer. Impaciente, lanço o lápis ao papel. Vou tentando. Mas não. Ainda não chegou. Apago, risco… rasgo. Espero mais um pouco. Levanto-me, dou uma volta pelo quarto pequeno e volto a sentar-me, à espera. Inclino-me para trás na cadeira e fecho os olhos. (À procura?) Não. Também aí não a encontro. Volto a pegar no lápis (talvez já tenha chegado). E volto a apagar, a riscar… a rasgar. Não era ela ainda. (Quando chegará?) Novamente a espera, a impaciência, a ansiedade… o cansaço. O tempo passa. O silêncio ainda na folha vazia, que espera. Já se faz tarde… o cansaço…

E eis que, enfim, ela surge! A Ideia. É ela! (Como, donde apareceu?) Sem perder mais tempo, pouso os cotovelos sobre a mesa e estampo-a no papel. Já está! (Já não me escapa) Olho para ela. Examino-a, analiso-lhe as características. Calculo as suas possibilidades. Já é tarde. Estou já bastante cansado. Mas é preciso começar. É necessário dar-lhe vida. Desenvolver, refinar esta matéria em estado bruto. Transformá-la em obra feita, acabada. Faço-a crescer no papel, ocupar o espaço vazio. O cansaço… Trabalho mais um pouco. Apago e risco, mas já não rasgo… corrijo. Corrijo mais do que progrido. Sinto-me cada vez mais cansado. Tenho já alguma dificuldade em raciocinar com clareza. A estrutura, a forma – não consigo organizá-las mentalmente, nem no papel. Paro um pouco (talvez se repousar…). Recomeço. E apago outra vez. Não, é melhor não. Hoje não. O cansaço vence. Escusado insistir em fazer coisas que amanhã vou de certeza apagar.

Deito-me e durmo. Ocorrem-me, ainda antes de adormecer, possíveis soluções (como sempre nesta altura). Mas estou demasiado cansado para voltar a trabalhar agora.

Acordo no novo dia. Lanço-me ao papel. Lá está ela. A Ideia. À minha espera. Começo por tentar as soluções que me ocorreram no leito antes de adormecer. Mas já não as recordo com muita exactidão. Ficou apenas uma lembrança incompleta. Insisto tentativa após de tentativa. Não, não vale a pena. É inútil. Nada serve. Terei de procurar novas soluções. Mas não agora. Não há tempo. Tenho de sair.

Regresso à noite. Ao mesmo local, à mesma hora. Pego na Ideia. Avanço mais um pouco. Não sem correcções. Vou detectando alguns erros. Não, hoje não é um bom dia para fazê-lo. Não consigo concentrar-me (há outras preocupações). Abro a gaveta e guardo-a. Talvez seja melhor adiar. Deixar amadurecê-la durante algum tempo. E ela lá fica esquecida, na gaveta – dias, semanas, meses…?

E, um dia, ao abrir a gaveta… ela volta aparecer-me à frente. Deixo-a em cima da mesa desta vez, para lhe pegar em breve.

Finalmente, sento-me para voltar a trabalhá-la. Desta vez, determinado a obter resultados definitivos. Por isso, avanço cautelosamente, metodicamente. A busca da forma perfeita não permite concessões. É necessário pensar tudo, prever tudo, ter completa consciência de todo e qualquer pormenor. Torna-se fundamental uma autocrítica constante. Cada elemento tem que ser questionado até que seja inequívoca a sua função, o seu significado dentro da obra – estar em perfeita coerência com os outros elementos e com o todo. Nada pode faltar. Nada pode estar a mais. A busca da forma perfeita. Sem fragilidades. Inatacável. (Necessidade ou obsessão?) Um caminho de dúvidas, incertezas, indecisões… à procura do equilíbrio. Por isso, volto à mesma prática. Escrevo e apago para alcançar a solução ideal, única, exacta. Construo e destruo, num conflito constante com o material, com a técnica, com as possibilidades… comigo mesmo. Questionar tudo, hesitar a cada passo. Examinar de perto e à distância. Detectar o erro e corrigir. Soluções provisórias que passam a soluções definitivas e, de definitivas, novamente a provisórias. Cada novo avanço gera também um recuo. Para cada nova linha, um risco a anulá-la. A borracha tão influente como o lápis. Nada está bem. Nada serve. E agora?

Paro por um momento. Que tenho até aqui? Fiz, desfiz, refiz e voltei a desfazer. Na folha rasurada, suja, resta apenas a Ideia (a primeira) ainda intocada.

Volto a analisá-la. (Medito) Talvez recomeçar todo o processo. Mas primeiro, esvaziar, limpar todas as reminiscências das anteriores tentativas. Não voltar aos mesmos erros. Por isso, é necessário uma análise mais atenta. Analiso-a e… pela primeira vez, desagrada-me. Não tem a consistência que julguei encontrar nela no início. Tento alterá-la (salvá-la). Mas não. É inútil. Não vale a pena. Já não me identifico com ela. Passou o seu tempo.

Desta vez não a levo à gaveta. Rasgo a folha.

E fico sentado, à espera… da Ideia.

As preocupações de R

Dia após dia, sempre à mesma hora, R percorre o mesmo caminho. Não se trata de uma rotina pessoal, ou de um hábito adquirido ou de qualquer espécie de ritual. Fá-lo na esperança de encontrar algo que perdeu. Lentamente, passo a passo, de olhos para o chão, totalmente concentrado na sua tarefa, examina atentamente cada centímetro desse caminho. Sabe que foi algures nesse caminho que perdeu, mas não se apercebeu exactamente onde nem quando. Poderia desistir e substituir facilmente aquilo que perdeu. Essa seria, aliás, uma solução mais confortável para si. Mas não lhe agrada pensar em desistir e dar como irremediavelmente perdido algo que quer recuperar. Por vezes, ocorre-lhe que não é o único a passar naquele caminho e que aquilo que perdeu pode já ter sido encontrado e levado por outra pessoa e, assim, não se encontrar já nesse caminho. A confirmar-se esta hipótese, a sua busca seria uma perda de tempo completamente inútil. Mas, por outro lado, não acredita que aquilo que perdeu, algo tão pessoal, tão “seu”, possa ter qualquer utilidade ou valor para outra pessoa. E continua, à procura, na esperança de que ainda lá esteja, algures nesse caminho. Há ocasiões em que, cansado, R pára durante alguns instantes, com a cabeça erguida, os olhos fechados e os raios de sol que lhe aquecem o rosto. É nesses momentos que se sente tentado a pensar que provavelmente já nem sabe sequer o que é que perdeu. Além disso, é também nesses momentos que deixa de ter certeza de que perdeu realmente alguma coisa. Mas não o abandona a forte sensação de que perdeu alguma coisa algures naquele caminho; o que faz com que insista na sua procura. E todos os dias, àquela hora, R volta a percorrer o mesmo caminho, lentamente, passo a passo, o olhar pregado no chão, alheado do que se passa à sua volta, concentrado apenas em examinar cada centímetro do caminho.

domingo, abril 29, 2007

Espectáculo Desmontável - agenda

- 20 de Abril (6º feira) às 21h43m
Celorico de Basto - Auditório dos Bombeiros Voluntários

- 27 de Abril (6º feira) às 21h43m
Mondim de Basto - Auditório da Casa da Cultura

- 30 de Abril (2º feira) às 21h43m
Cabeceiras de Basto - Auditório Municipal Ilídio dos Santos

Entrada livre

Espectáculo Desmontável

Clube de Teatro e Malabarismo
da Escola E. B. 2,3/S de Celorico de Basto
apresenta
ESPECTÁCULO DESMONTÁVEL

“Espectáculo Desmontável” é a parte visível da aprendizagem de aspectos técnicos e teóricos relacionados com o teatro e o malabarismo, funcionando como exercício final de aplicação prática dessa aprendizagem. “Espectáculo Desmontável” porque está dividido em partes diferentes, sem relação directa umas com as outras. Partes diferentes que se sucedem e que abrangem vários géneros e estilos teatrais. “Espectáculo Desmontável”, porque qualquer das partes pode ser retirada sem prejuízo do todo; qualquer das partes pode ser utilizada em qualquer outro contexto, em qualquer outra situação, dentro ou fora do palco.

O espectáculo começa com uma exibição de malabarismo, à qual se segue um excerto do “Auto da Barca do Inferno”, um clássico de Gil Vicente. Seguem-se 5 peças curtas extraídas do projecto de teatro “Urgências – o que é que tens de urgente para me dizer?”, que foi apresentado no Teatro Maria Matos, em 2004, 2006, esperando-se nova edição para 2007. Estas peças criam diferentes situações, exploram diferentes sentimentos e ambientes possíveis dentro da dualidade “ele/ela”. No fim, são representados dois excertos da peça “A Cantora Careca” de Eugène Ionesco, o autor mais notável do género que se denominou “Teatro do Absurdo”.

Não se espere encontrar neste espectáculo uma “mensagem”, “conteúdo”, ou aquilo que habitualmente se espera ver numa peça de teatro convencional. Com este espectáculo pretende-se, simplesmente, pôr em prática uma aprendizagem técnica e teórica que foi desenvolvida nos meses que precederam a sua apresentação, e dar aos alunos envolvidos no Clube a possibilidade de serem parte activa numa experiência artística, pedagógica e didáctica.


Programa:

1. Actuação de Malabarismo

2. Auto da Barca do Inferno (excertos “Joane O Parvo” e “Brízida Vaz”) de Gil Vicente
[Daniela Pinto; Márcia Lopes; Sofia Portilho; Ângela Pereira]

3. Urgências – o que é que tens de urgente para me dizer?

3.1. Última chamada de Luís Filipe Borges
[Márcio Gonçalves; Tânia Coelho]

3.2. Genebra de Pedro Mexia
[Moisés Correia; Inês João]

3.3. Mulher sem memória de Patrícia Portela
[Carla Oliveira; Ricardo Carvalho]

3.4. Eu e tu não somos nós de Luís Filipe Borges
[Ana Helena Lopes; David Magalhães]

3.5. Coro dos amantes a caminho do hospital de Tiago Rodrigues
[Pedro Silva; Ana Catarina Santos]

4. A Cantora Careca (excertos “Bobby Watson” e “Que curioso”) de Eugène Ionesco
[Ana Abreu; Ana Zimmerman; Eva Carvalho; Ricardo Carvalho; Fernanda Pinto]

domingo, abril 22, 2007

HEMON: E há uma justiça para os amigos e outra para os inimigos?

"ANTÍGONA - Glosa Nova sobre a tragédia de Sófocles", António Pedro

sábado, fevereiro 24, 2007

CrashDïet - It's A Miracle

Para lembrar Dave Lepard (Rest in Sleaze)

terça-feira, janeiro 16, 2007