quinta-feira, setembro 13, 2007

Filosofia barata 2 (homens e burros)

Há dois tipos de homem neste mundo: os que fazem o seu trajecto em cima de um burro e os que fazem esse trajecto debaixo dos primeiros.

No jogo e no amor

No jogo, nunca ousou arriscar o suficiente e, assim, nunca perdeu muito e em nenhuma vez ganhou alguma coisa; geralmente ficava de fora como um observador que desconheceu sempre a sua sorte.
Também no amor foi sempre demasiado prudente; era uma espécie de cabide, que acabava sempre por ficar a segurar nos casacos, à espera que o beijo acabasse.
O momento afectivo mais marcante da sua existência: um beijo de uma prostituta na sua face. Não o sentiu menos sincero do que outros beijos.
Há quem transforme em ouro tudo aquilo em que toca.
Há quem queime tudo aquilo em que toca.
Há quem nunca tenha tocado em nada.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Tirado daqui

O argumentista lembra-me um rapaz que tenta seduzir uma rapariga. Telefona-lhe, convida-a para sair com ele, é muito tímido, vão ao cinema, depois vão tomar um copo, ele convida-a para ir a casa dele, quando chegam ele põe música, serve conhaque, diminui um pouco a luz. A rapariga sente-se bem, começa a deixar-se ir. O argumentista acaricia-a um pouco, desabotoa os primeiros botões da sua camisa... Nesse momento, o realizador chega, dá a mão à rapariga e leva-a para o quarto para terminar o trabalho.

Andrei Konchalovsky, realizador russo, no livro Les Leçons de Cinema, Festival de Cannes, Éditions du Panamá, 2007

Necessidades residuais 2

Ela volta de vez em quando, sempre que tem necessidades residuais de carácter afectivo. E eu cedo sempre e aceito ser um resíduo emocional.

Necessidades residuais

Hoje apresentei-me ao serviço para preencher “necessidades residuais”. Sinto-me um resíduo profissional.